'Tem tudo o que há de mais importante', diz Milton Nascimento sobre show em Florianópolis

Artista que completa 50 anos do lançamento do 1º disco conversou com o G1 sobre a turnê Semente da Terra.
Por G1 SC
15/09/2017
                                                Milton Nascimento (Foto: Nathalia Pacheco/Divulgação)

O cantor Milton Nascimento faz show em Florianópolis neste sábado (16) no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para apresentar a turnê "Semente da Terra". O projeto marca os 50 anos do primeiro disco do artista que "não se cansa de viver nem de cantar'.

O repertório tem apelo social, reunindo canções que marcaram a carreira, além do apelo do próprio nome escolhido: pelo apoio do cantor a tribos Guarani Kaiowá e por ser o nome que ele recebeu de 37 lideranças espirituais dessa nação índigena.

Milton Nascimento conversou com o G1 sobre a expectativa para o show em Florianópolis. Confira:
G1 - Qual a expectativa em voltar a Florianópolis com um novo projeto?
Milton Nascimento - Nunca deixo de incluir Florianópolis em qualquer projeto do qual faço parte. É uma das minhas cidades preferidas tanto para fazer shows quanto para tirar férias, e eu me sinto bem aqui de qualquer forma.

G1 - O que o público pode esperar do show Semente da Terra no dia 16 de setembro?

Milton - É um show que tem várias coisas reunidas, a gente quis colocar tudo o que há de mais importante hoje em nossas vidas. A amizade, a união, a força dos Guarani Kaiowá, está tudo aqui neste show. Além disso, vamos lembrar também dos tempos de Travessia, Clube da Esquina e uma porção de outros sucessos que nós preparamos pra turnê.

G1 - Esse projeto reúne canções da sua carreira com conotação política e social e também músicas novas? Poderia adiantar algumas das músicas que estarão no repertório?

Milton - Tem músicas desde meus primeiros anos, passando por todas as fases mais marcantes até aqui. Tem "Caxangá", "Nada Será Como Antes", "Sueno con Serpientes", "Caçador de Mim", "Maria Maria" e por aí vai.

G1 - Qual o elo entre essa turnê e os tempos de Clube da Esquina?

Milton - O maior elo sem dúvida nenhuma é a amizade. Sem isso não teria acontecido nada na minha vida. A amizade foi o ponto inicial de tudo o que eu vivi de mais importante, incluindo a música.

G1 - Canções suas são cantadas por pessoas de diferentes idades, classes sociais, por músicos de renome e "desconhecidos" do grande público. Como explica essa força presente na sua voz e na sua música?

Milton - As pessoas sempre me perguntam coisas desse tipo. E pra ser sincero, nunca penso muito nisso. Gosto mesmo é de ouvir as pessoas, o que elas acham, o que elas sentem. Eu fico muito feliz quando tenho esse retorno direto, e acho também que nada substitui a chance de ouvir as pessoas na rua, nos shows, na estrada, enfim, esse contato me interessa muito.

G1 - Neste momento difícil do ponto de vista econômico, político e ético que o Brasil atravessa, de que maneira a música brasileira, e em especial a sua música, se insere na atualidade como uma forma de transformação do cenário brasileiro atual?

Milton - Acho que cada artista deve fazer aquilo que se sente melhor fazendo. Se a música gerar algum sentimento, alguma reflexão, lembrança, ou mesmo se tocar a pessoa de alguma forma, aí já cumpriu seu papel.

G1 - Qual mensagem ou convite gostaria de fazer ao público catarinense?

Milton - Queria dizer que estava com muitas saudades de Florianópolis, e que neste sábado estarei esperando todo mundo lá pra ver esse show, que com certeza vai emocionar vocês.
     Milton Nascimento relembra diversos sucessos da carreira em nova turnê (Foto: Cristina Granato)

Além da voz marcante de Milton, o show também tem vocal de Barbara Barcellos, direção musical de Wilson Lopes, que também faz violão, Beto Lopes no violão sete cordas, Lincoln Cheib na bateria, Alexandre Ito no contrabaixo, Kiko Continentino no piano e Widor Santiago nos metais.

O show será às 21h, com abertura às 20h. Os ingressos estão disponíveis online e custam de R$ 154 a R$ 352.
A classificação é livre, mas menores de 14 anos só poderão ir acompanhados dos responsáveis. Crianças com até 2 anos não pagam se ficarem no colo dos pais.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Antes de tocar no Lollapalooza, Lenny Kravitz faz exposição em São Paulo

IDG anuncia nova diretora do Museu das Favelas.