Jovem de 17 anos resolveu rebater panfleto lançado pela escola Univest de Lages, em Santa Catarina, e recebeu punições; mãe estuda acionar a Justiça.

Fonte: Fórum
20 de outubro de 2017
Jovem de 17 anos resolveu rebater panfleto lançado pela escola Univest de Lages, em Santa Catarina, e recebeu punições; mãe estuda acionar a Justiça.

Da Redação*
Mais um caso de intolerância partindo de uma instituição de ensino. Uma aluna da escola Univest de Lages, em Santa Catarina, foi suspensa por dois dias e ainda teve sua matrícula vetada para o próximo ano, após divulgar e criticar um panfleto lançado pelo colégio. O ofício anunciava a proibição de ensino de sexo, ideologia de gênero, ativismo LGBT, comunismo, esquerdismo e religião em sala de aula. “2017, a nova idade média. (Pasmem, isso é real)”, escreveu a jovem, de 17 anos, nas redes sociais.

No dia seguinte à publicação, que recebeu mais de 523 compartilhamentos até a tarde de quinta-feira (19), a jovem foi chamada à coordenação da escola e avisada de que seria sancionada por “denegrir a imagem do colégio nas redes sociais”. Uma amiga também sofreu penalidades e teve a bolsa de estudos cortada.

“Os alunos estavam comentando e compartilhando. Na quarta-feira de manhã, eu e mais uma aluna (que comentou na postagem) recebemos suspensões por denegrir a imagem do colégio. Eles falaram que era errado a gente expor o colégio. Eu não reconheço essa suspensão, porque ela é sem sentido. Minha mãe também não. Ela ficou indignada. Isso desencoraja os alunos a exporem sua opinião. Um ato de retrocesso”, ressaltou a estudante.

A jovem explicou que o ofício foi entregue em sala durante uma aula como um “recado a alunos e pais” e considerou uma surpresa ver a instituição proibir os temas. No bimestre passado, a classe aprendeu sobre as diversas religiões, de acordo com ela. Proibida de renovar a matrícula em 2018, a adolescente pensa em trocar de escola.

Mãe da estudante, a fisioterapeuta Fabiana Cruz relatou a surpresa em ler o recado, enviado pela filha por mensagem. As duas discordavam do conteúdo por considerar que são temas atuais e que os alunos precisam desenvolver senso crítico. A adolescente revelou à mãe o desejo de rebater o ofício nas redes sociais. Fabiana alertou que haveria uma consequência. Ainda assim, ela conta que não imaginou a proporção das penalidades impostas à estudante.

“Quando ela me passou a foto do panfleto, não acreditei que era da escola. Falei que era incabível para a época de hoje, são temas que estão aí. Não iremos matriculá-la (no próximo ano) porque é inadmissível. É para podar todo mundo. Somos totalmente contra, estamos pensando em entrar com uma ação. Ela está perdendo aula. Amanhã (hoje) vou fazer ela ir à escola, vou entrar com ela na sala de aula”, prometeu Fabiana.

Giovani Broering, o reitor do Centro Universitário Facvest — ao qual a Univest fica submetida — declarou ao Diário Catarinense que “toda ação tem uma consequência”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Antes de tocar no Lollapalooza, Lenny Kravitz faz exposição em São Paulo

IDG anuncia nova diretora do Museu das Favelas.