O angolano Licínio Januário, de Segundo Sol, dirige curta estrelado pela cunhada Sheron Menezes
Fonte: Site Mundo Negro
Por Silvia Nascimento
O ator, diretor e produtor Licínio Januário ficou conhecido
pelo grande público aqui no Brasil, ao dar vida ao personagem Dominick, na
novela global Segundo Sol.
Januário, que é Angolano, é bem influente no cenário da
cultura negra alternativa e independente brasileiros, atuando e produzindo seus
próprios projetos.
Hoje, dia 30, durante Encontro de Cinema Negro Zózimo
Bulbul, no Rio ele mostra ao público algo que nunca havia feito: um
curta-metragem.
Namoradeira é uma obra estrelada por Sheron Menezzes, irmã
de Sol Menezes, parceira de Licínio.
O filme aborda temas complexos como violência e educação
sexual, religiosidade, abandono psicológico e suicídio ao contar a história de
Naná, uma mãe ausente que não percebe o sofrimento da filha durante anos por
conta de abusos sofridos dentro da própria casa.
“Eu penso que certos problemas sociais prevalecem porque a
gente não conversa sobre eles. Tenho seis irmãs e graças a Deus elas nunca
passaram por uma situação de violência sexual, mas muitas amigas próximas, já.
Eu não sabia e se não fosse o processo do filme, talvez nunca soubesse”.
Nesta parceria, entrou a co-diretora Jessica Barbosa para
ajudar Licínio a ter um olhar feminino sob assuntos tão duros. “Ele buscava não
só alguém que estivesse no lugar de fala, pensando os aspectos de direção
junto, mas que conduzisse cenas de cumplicidade feminina com as protagonistas”,
explica Jessica.
O curta tem roteiro de Veralinda Menezes, sogra do diretor é
produzido pela Príncipes Negros Cultural, fundada por Veralinda, Sol Menezzes e
Drayson Menezzes, cunhado de Licínio. Tudo em família.
Assinando pela primeira vez o roteiro de um filme, Veralinda
conta qual foi o momento mais emocionante durante o processo:
“Quando mostrei para a Sheron o texto, ela gostou e disse
que se virasse filme, faria. Eu quase não acreditei. Depois, eu comentei sobre
isso com o Licínio Januário, mostrei o roteiro e ele falou: ‘Então vamos fazer!
Vai ser a estreia da Bará filmes!’. Eu vibrei: imaginem um filme feito em
família! E foi quando entrou a minha filha Sol decidida a produzir. Acabou que
ela ficou também na vice-direção. Virou uma parceria em família e das nossas
produtoras: a Príncipes Negros Cultural e a Bará Filmes. Em fevereiro, o sonho
virou realidade, foram chegando mais parceiros e a ideia tomou corpo”.
O projeto será exibido na quarta-feira, dia, 30, às 21h, no
Cine Odeon, na Cinelândia e domingo, 03 de novembro, às 17 horas, no Museu de
Arte Moderna.
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