E sobre por que a responsabilidade principal por prevenir a violência sexual deve ser dos homens.
15/05/2017
Jenavieve Hatch Editora associada de Mulheres, HuffPost US

ILLUSTRATION: DAMON DAHLEN/HUFFPOST PHOTOS: TE
                   
                      Aviso: os leitores podem se sentir mobilizados com o texto que segue.

Vinte anos atrás, quando tinha 16 anos, Thordis Elva foi estuprada por seu então namorado, Tom Stranger, que tinha 18 na época. Thordis tinha tomado rum antes do baile de Natal deles, em dezembro de 1996. Ela ficou com enjoo, Tom a levou para casa e então a violentou.

Tom, australiano que estava estudando na Islândia, o país de Thordis, terminou o relacionamento deles alguns dias depois de agredi-la. Pouco tempo mais tarde, voltou para a Austrália. Nos anos passados desde então, Thordis e Tom passaram boa parte de suas vidas tentando entender o porquê daquela noite fatídica de dezembro. A vida de ambos passou a girar em torno daquele ato traumático que um deles cometeu e o outro sofreu. Nos anos seguintes, os dois seguiram um caminho de negação e autodestruição, por motivos muito diferentes, podemos imaginar.

Como milhões de mulheres pelo mundo afora, Thordis carregou o peso e o sentimento de vergonha de ser uma "vítima de estupro". Tom, enquanto isso, procurou fugir da recordação daquela noite, sem conseguir entender como um homem como ele – branco, privilegiado, atraente pelos padrões ocidentais, criado numa família estável, com exemplos positivos para seguir – pôde ter cometido um ato como aquele.

Mas em 2005, quase dez anos após o ataque, Thordis entendeu o que lhe faltava e que poderia lhe trazer libertação: perdoar. Ela resolveu procurar Tom.

O e-mail que ela enviou a Tom deu início a oito anos de uma correspondência frequentemente dolorosa. Eles passaram aqueles oito anos reaprendendo o que aconteceu naquela noite de 1996 e compreendendo que o que Tom fez foi indiscutivelmente um ato de violência sexual; ele a violentou. O diálogo entre eles culminou em um encontro cara a cara na Cidade do Cabo, na África do Sul – a meio caminho entre a Austrália, o país de Tom, e a Islândia, o de Thordis.

O encontro deles durou uma semana e resultou em um livro, South of Forgiveness. Thordis escreveu a maior parte do livro, e trechos do diário escrito por Tom durante essa semana estão inseridos em cada capítulo.

Thordis e Tom compartilharam a história deles pela primeira vez em uma palestra TED em outubro de 2016, em que falaram da agressão e da jornada deles em busca do perdão. "Independentemente de ele merecer meu perdão ou não, eu merecia ter paz", falou Thordis.

Quando o HuffPost cobriu a palestra TED, em janeiro, as reações de nossos leitores foram compreensivelmente muito diversas. Muitas pessoas opinaram que divulgar a história de Tom (desde o estupro em si, até ele tomar consciência de que tinha cometido um ato de violência sexual, pedir perdão por ele e aprender com ele) presta um desserviço às sobreviventes de estupros. "Meu medo é que este seja mais um método de legitimar a cultura do estupro", escreveu uma mulher. "Não, não, não", escreveu outra. "Ele é um monstro. Isso me dá nojo. Ele não merece ser perdoado pelo que fez. Provavelmente fez para outras também." Muitos também indagaram por que Tom não foi acusado criminalmente. Tom e Thordis explicaram ao HuffPost que o crime já tinha prescrito antes de os dois tomarem consciência de que o que Tom tinha feito era de fato um estupro. (No livro, South of Forgiveness, Tom diz que nunca mais cometeu outra violência sexual.)

Numa sessão de perguntas e respostas com o HuffPost recentemente, Thordis e Tom falaram do livro, da palestra TED e do esforço que optaram por fazer juntos. Os dois quiseram começar por deixar alguns pontos muito claros.

O primeiro é que Tom, apesar de ser co-autor do livro, receberá zero lucros financeiros das vendas. Quaisquer lucros que possam ser feitos e que seriam dele serão encaminhados para uma entidade de mulheres em Reykjavik.

O segundo ponto é que os dois têm muito claro que sua história – que a decisão de Thordis de entrar em contato com seu estuprador e iniciar uma troca de ideias e colaboração de décadas com ele – não é uma coisa que eles estejam recomendando para outras pessoas como sendo a única maneira de alguém se recuperar de uma agressão sexual. Eles não defendem nem condenam essa opção.

A reação do público à história deles cresceu e já ultrapassou as seções de comentários do Facebook. No mês passado Tom e Thordis tinham participação prevista em um evento de Londres. Mas tantas pessoas assinaram uma petição protestando contra a presença de Tom que o evento teve que ser adiado.

Para que as pessoas compreendam melhor esse tipo de violência, elas precisam de uma visão tridimensional daqueles que a perpetram, não de estereótipos bidimensionais que mostram os protagonistas como "monstros" ou os glorificam até o ponto em que seus crimes se tornam inimagináveis.
Thordis Elva
Mas, como Tom e Thordis discutem abaixo, o objetivo deles não é tentar argumentar que estupradores merecem solidariedade, nem defender a impunidade das pessoas que cometem agressões sexuais.

O que eles querem é deslanchar uma discussão sobre os sistemas existentes que fazem os homens se sentirem no direito de desfrutar o corpo das mulheres. A esperança é que isso ajude a prevenir a violência sexual.

Este trecho de South of Forgiveness escrito por Thordis resume qual foi a finalidade dos dois ao escrever o livro.

Se homens como Tom – membros de um grupo social que frequentemente escapa de ser analisado ou examinado de perto, porque seus integrantes aderem ao que é considerado ser o normal, vêm de famílias estáveis e gozam de muitos privilégios – confessassem ter estuprado e ter se arrependido do que fizeram, isso poderia deitar as bases para conversas longamente aguardadas sobre os fatores que dão origem à violência sexual.

Para terem uma compreensão melhor desse tipo de violência, as pessoas precisam de uma visão tridimensional daqueles que a perpetram, não de estereótipos bidimensionais que ou enxergam os perpetradores como monstros ou então os glorificam a tal ponto que seus crimes se tornam impensáveis. O efeito cascata poderia ser enormes, as possibilidades, infinitas.

Este trecho capta a essência da causa que Thordis e Tom defendem: tirar a vergonha e a culpa pelo estupro e a violência sexual das costas das vítimas e colocá-las plenamente nas costas daqueles que mais cometem esses atos (homens).

HuffPost: Thordis, você fala muito no livro sobre sua vida privilegiada; que, mesmo em se tratando de algo tão pavoroso quanto a violência sexual, existem níveis de privilégio. Quero saber o que você pensa do fato de que tantas sobreviventes de violência sexual não conseguem encerrar esse capítulo, como você fez, nem tiveram um perpetrador que se dispusesse a pedir desculpas ou reconhecer que cometeu uma violência.

Que mensagem você quer passar às sobreviventes que não tiveram essa oportunidade ou não estão nessa situação?

Thordis: Você tem razão. Tenho consciência de minha situação privilegiada e sei que, mesmo na categoria dos sobreviventes de estupros, existem camadas de privilégio. O simples fato de eu estar podendo falar com você neste momento é um privilégio. Tenho uma história de diálogo com Tom, que cometeu essa violência contra mim, e isso é raro. Tenho consciência disso.

Mas sei que nós não somos os únicos em um sentido, porque em todo mundo estão ocorrendo diálogos de justiça restaurativa, por exemplo. O que eu quero dizer é que a maioria das sobreviventes tem um desejo em comum: que nossa dor seja reconhecida. Que as pessoas acreditem em nosso sofrimento e que ele seja corroborado, acho. Não estou sugerindo que a pessoa que reconhece e corrobora tenha que ser a perpetradora do sofrimento. No meu caso foi, sim, porque eu optei por esse caminho raro de iniciar uma comunicação com ele. Mas todos nós podemos ser a pessoa que exerce esse papel de reconhecimento para um sobrevivente de violência sexual. Todos nós podemos ser a pessoa que fala "acredito em você", "você não mereceu ter sofrido o que sofreu", "não foi sua culpa". Se existe algo que posso afirmar que se aplica a todo o mundo, é isso.

Precisamos acreditar nos sobreviventes da violência sexual.

Tom, boa parte de seu relato foi recebida com desaprovação. Sei que você estava previsto para participar de uma palestra em Londres, mas houve protestos contra sua presença no palco e a divulgação que isso daria à sua história. Esse fato levou você a questionar seu papel nesta discussão? Isso fez você ficar mais ou menos determinado a compartilhar sua história?

Tom: Isso não abalou minha determinação. Tive que me esforçar para tentar entender como tudo isso está sendo recebido pelas pessoas. Não quero causar dor ou trauma a ninguém. Mas me senti encorajado ao ver a troca de ideias e a discussão sobre o assunto.

Entendo que eu sou problemático, no sentido de que para algumas pessoas a ideia de me dar uma plataforma é muito complicada. Compreendo isso. É um processo educativo, e tenho que entender que papel posso exercer que seria benéfico e saber quais são os lugares onde não serei bem recebido, por ser perpetrador. Isso tudo está evoluindo. Desde a palestra TED e o livro, tive algumas conversas de muito impacto com homens e pessoas em geral.

Antes de você e Thordis se encontrarem cara a cara na Cidade do Cabo, vocês passaram oito anos trocando cartas sobre o ataque. Tom, quanto tempo você levou para identificar o que tinha feito como estupro? Como conseguiu superar a negação? Parece que muitos homens não enxergam o que estão fazendo como um ato de violência sexual. Como foi esse processo para você?

Tom: Me levou muito tempo. Foi uma fuga, uma repressão das memórias, foi um desejo de não absorver o que aconteceu. Foi apenas em 2005, quando recebi aquele primeiro e-mail de Thordis e redescobri o que eu tinha feito a ela. Foi inegável, e eu me reconheci nos detalhes. Aquilo foi o início de uma compreensão da magnitude do mal que eu tinha provocado.

Foram oito anos de análise e de falar muito francamente sobre aquela noite. Houve um movimento de autopiedade, então um sentimento de vergonha merecida, e depois disso, a Cidade do Cabo... não foi um desapegar... mas foi não ser obrigado a ter o que eu fiz definir meu futuro e enxergar isso como a característica que me define. Foi, fundamentalmente, encarar o rótulo que eu tinha colado em mim mesmo. É isso. Assumir a responsabilidade foi também uma coisa libertadora, de certa maneira. Espero que essa seja a mensagem que os homens jovens que vão ler o livro levem para casa. A negação leva à decadência.

A violência sexual nas universidades é um problema enorme nos EUA, e vocês dois tinham 18 e 16 anos quando o estupro aconteceu. Tom, estou curiosa para saber como fazemos para prevenir isso. Como conversamos com os homens jovens sobre o consentimento e sobre o sentimento que eles têm de ter direito a usufruir do corpo da mulher? Vimos isso com o caso de Brock Turner no verão passado. Que momento importante poderia ter sido, um momento para ele assumir a responsabilidade. Foi uma enorme oportunidade perdida. Como homens podem falar com outros homens sobre esse problema, e como podemos prevenir essa violência?

Tom: Acompanhei o caso dele muito de perto. Também estou tentando saber mais sobre como funciona nos Estados Unidos, e sei que existem organizações incríveis que estão fazendo um trabalho importante em campo, como a A Call to Men e a It's on Us. Isso tem sido inspirador para mim. Acho que essas entidades acertaram na mensagem que estão tentando passar.

E você tem toda razão em relação a engajar homens jovens nessa discussão, falar do consentimento e se aprofundar sobre as noções de masculinidade tóxica. Venho pensando muito na atitude defensiva que se manifesta frequentemente quando falamos em masculinidade. Existe uma aversão à ideia de enxergar a masculinidade como sendo tóxica.

Se admitirmos que é a mesma masculinidade que produz a desvalorização de qualquer coisa descrita como feminina ou que perpetua a violência contra as mulheres, isso significa que o estereótipo cai por terra. Se admitirmos isso, então isso significa que os homens, como grupo social, precisam fazer uma autoanálise e criticar o sujeito comum, o "cara" ou "bloke", como se diz na Austrália. E essas identidades são meio que consagradas e prestigiadas.

Se criticarmos essas visões, então a coisa mudará de figura e a questão passará a ser vista como um problema dos homens, como é preciso que seja vista. É por essa lente que nosso discurso precisa ser moldado, e a consciência precisa ser vista como uma questão de direitos humanos, mas, em primeiro lugar, como uma questão que diz respeito aos homens.

Sei que as coisas estão se deslocando nessa direção, que o discurso gira em torno da masculinidade. Estou na dúvida quanto às forças que nos empurram em diferentes direções. Como fazemos para atrair os homens para esta causa e levá-los a se engajarem nela? Como apresentamos noções de masculinidade pautadas pelas atitudes corretas? Por ser emocionalmente acessível e saber que você é falível. Como defendemos essas características?

Eu me enxergava como um cara como outro qualquer. Como uma pessoa boa, que não era capaz disso [de cometer violência sexual]. Essa era parte de minha negação. Internalizei a cultura do estupro para salvar a mim mesmo.
          TED
Há um trecho espantoso no livro onde Tom diz que não aconteceu nada com ele para convertê-lo em alguém que pôde cometer esse ato de violência. Thordis reage dizendo: "Aconteceu o patriarcado".

Como você encontrou um ponto de equilíbrio entre aceitar plenamente suas ações e reconhecer que você era um personagem em uma narrativa cultural que o autorizou a fazer aquilo?

Tom: Eu citaria a palavra que você mencionou: equilíbrio.

É inegável que eu tinha escolhas e autodeterminação. Fiz escolhas. Eu era voltado apenas a mim mesmo, e essas escolhas tiveram consequências. Mas depois acabei por ver que não cresci em um vácuo. Eu era um rapaz de 18 anos suscetível às influências que o cercavam. Incluindo as noções de masculinidade e as influências culturais. Então acho que é um equilíbrio, sim.

Como eu falei na palestra TED, eu tive influências positivas. Cresci numa família amorosa. Mas optei por ir na onda das influências negativas.

Este projeto nasceu do desejo de tirar a culpa [pela violência sexual] das sobreviventes e colocá-la nas costas dos homens – de, como vocês escrevem no livro, chegar "às raízes da violência sexual".

Quais são essas raízes, para cada um de vocês?

Thordis: Se eu tivesse a resposta a essa pergunta, meu trabalho estaria feito!

Acho que não há uma resposta única e simples. Acho que há forças múltiplas em ação que criam as condições para a violência sexual. Acredito que ela é de alguma maneira uma manifestação da desigualdade de gênero. O fato de que as mulheres têm menos poder e influência, logo, ocupam posições menos respeitadas na sociedade. Vemos isso manifestado em muitas áreas – na diferença salarial entre homens e mulheres, na diferença de representação política, na mídia e em outras áreas. Acho que a violência sexual é uma dessas manifestações de valor desigual. Penso que, se estivéssemos mais perto de conquistar a igualdade de gênero, veríamos menos violência sexual. Essa é uma teoria em que quero acreditar.

Mas, ao mesmo tempo em que digo isso, sou obrigada a admitir que venho de um país que vive liderando o índice de igualdade de gêneros, mas que ainda assim tem uma cultura do estupro. Ainda assim [na Islândia] infelizmente temos violência sexual muito disseminada. Portanto, não existe uma única resposta simples. Mas acredito que a desigualdade de gêneros tem um papel. E acho que as noções de masculinidade tóxica das quais Tom falou contribuem para esse problema imenso.

Tom: Penso o mesmo que Thordis. Acho que é uma questão multifacetada. O próximo passo será levá-la para a discussão pública. Às vezes parece que é benéfico voltar à questão de o porquê de os homens serem os maiores perpetradores. Espero que seja esse o rumo seguido pela discussão: em torno da questão mais ampla de como conseguir o engajamento dos homens na discussão.

Thordis: Posso acrescentar uma coisinha a isso? Eu estava respondendo em termos muito gerais, mas, se falar de modo mais pessoal, do ponto de vista de alguém que sentiu a violência sexual na pele, acho que o silêncio e a culpabilização das vítimas também alimentam o problema. O fato de a culpabilização das vítimas ser tão comum. Ainda ficamos criticando as sobreviventes de violência sexual pelo que elas vestiram ou beberam, em vez de olhar dentro da cabeça das pessoas que cometem atos de violência sexual. E a humilhação e o silenciamento que isso impõe às pessoas que acabam internalizando a culpa e se encarcerando em seu silêncio. Tudo isso se aplicou a mim, por muito tempo.

Acho que isso gera uma cultura de impunidade. Se o problema não for discutido abertamente, acho que isso o perpetua. A culpabilização das vítimas está muito distante da causa original da violência sexual e contribui mais uma vez para responsabilizar a pessoa errada.

           TED

Quando vocês se propuseram a contar sua história, quem estavam visualizando como sendo sua plateia? Sobreviventes? Homens? Todas as opções anteriores?

Tom: Depois do processo de discutir o livro com você, nossa esperança é que homens jovens entrem em contato com minha história e que ela possa servir de lição para eles.

Quando eu falo do porquê daquela noite, é porque é importante para mim falar disso. O fato de que eu tinha, sim, o sentimento de merecer –que achava que quando um rapaz sai para uma balada com sua namorada ele tem direito a sexo. Aquilo foi um misto de desejo sexual e egoísmo, uma combinação horrível. Espero que isso sirva de lição sobre o que não se deve fazer.

Thordis: O livro não foi pensado como material didático nem como uma fórmula que possa se aplicar a outras pessoas, e menos ainda uma metodologia. Acho que Tom e eu, como estamos em lados opostos desta cerca, haverá pessoas diferentes que se identificam comigo e pessoas que se identificam com Tom.

No epílogo do livro vocês escrevem sobre a amizade que se desenvolveu entre vocês após a Cidade do Cabo. Vocês participaram juntos de uma Marcha das Vadias, passaram um aniversário juntos, deram uma palestra TED juntos e agora lançaram o livro. É difícil passar tanto tempo falando disso? Quando vocês se encontraram na Cidade do Cabo, imaginaram que era isso que poderia acabar acontecendo?

Thordis: Nunca é fácil. Não deve ser fácil. Nós dois estamos ligados aos fatos do passado, mas, agora que já passamos 12 anos trabalhando tudo isso, não sinto mais que aquilo manda em mim. Posso revisitar aqueles sentimentos, mas eles não dominam mais a minha vida.

A esperança com a qual parti foi que uma dor profunda pudesse ser transformada em algo positivo e pudesse potencialmente ter valor.

Você tem razão, também, que há um canal forte em que Tom e eu temos podido nos comunicar sobre isso. Mas eu hesitaria em afixar um rótulo nisso, em dizer que agora estamos sentados aqui como amigos. Não quero que pareça que somos inimigos. Não tenho nenhuma má vontade, nenhum ressentimento em relação a Tom. Fizemos um trabalho juntos que será benéfico para sempre. Mas o que eu diria é que não existe uma palavra simples para explicar a história de 20 anos que existe entre nós. Se eu puder pedir para você reavaliar a palavra "amizade", talvez essa explicação seja mais descritiva.

Tom: Eu ecoaria o que Thordis disse. Acho que não existe um termo simples para descrever nosso relacionamento. Somos dois indivíduos investidos nisto, mas também há um engajamento compartilhado. Sinto respeito profundo pelo engajamento de Thordis com isso, por seu ativismo inabalável e por escrever o livro. E foi ela quem instigou a correspondência entre nós. Não sei bem onde eu estaria se ela não tivesse tomado a iniciativa de me procurar para trabalharmos isso tudo.

Há muita comunicação e também tem que haver muita confiança. Mas não existe um termo simples.

Esta entrevista foi editada e condensada para melhor compreensão.

Este texto foi originalmente publicado no HuffPost US e traduzido do inglês.

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